terça-feira, 29 de setembro de 2009

Comentário sobre as obras de Adriana Varejão no Museu do Inhotim


Na visita ao Inhotim no dia 25 de setembro pude conferir as obras de Adriana Varejão naquele local. Instaladas em uma bela construção, os trabalhos de Varejão demonstram revelar-se ora impactantes, como no muro recheado de carne, ora suaves como nas pinturas nos azulejos com motivos inspirados no barroco.

Nascida no Rio de Janeiro em 1964, a artista freqüentou cursos livres na Escola de Artes Visuais do Parque Lage - EAV/Parque Lage, em sua cidade natal no período entre 1981-85. Em 1988, na galeria Thomas Cohn (RJ), realizou sua primeira exposição individual. A utilização de azulejaria em seus trabalhos é bastante recorrente e a produção de suas imagens evocam o período colonial brasileiro, assim como aspectos da sociedade brasileira conteporânea. Suas obras também se valem da pintura e do relevo, que permitem vislumbrar outros aspectos como, por exemplo a profundidade, ou até mesmo a carne humana. Trouxe à público suas obras em bienais e exposições em museus como o Tate Modern, Guggenhenheim e Fondation Cartier, sendo crescente sua importância no cenário mundial.

Na obra Calecanto Provoca Maremoto, que foi a que mais me impressionou na visita ao Inhotim, Varejão utiliza a idéia recorrente da azulejaria associada à pintura barroca, partindo de elementos como o rococó e os anjos presentes em nossas igrejas daquele período. A presença de elementos históricos remetem-nos a outras épocas ao mesmo tempo que possui forte apelo arquitetônico.

Quanto à obra exposta no primeiro andar do prédio provoca perplexidade e admiração ao reunir um impactante conjunto de montes de carne em um espaço inusitado, qual seja, o interior de duas paredes azulejadas.
No trabalho O Voyeur, não exposta no museu do Inhotim, a artista nos provoca a sensação de profundidade também se valendo de azulejos, num jogo interessante de cores em vários tons de verde.

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