Na visita ao Inhotim no dia 25 de setembro pude conferir as obras de Adriana Varejão naquele local. Instaladas em uma bela construção, os trabalhos de Varejão demonstram revelar-se ora impactantes, como no muro recheado de carne, ora suaves como nas pinturas nos azulejos com motivos inspirados no barroco.
Nascida no Rio de Janeiro em 1964, a artista freqüentou cursos livres na Escola de Artes Visuais do Parque Lage - EAV/Parque Lage, em sua cidade natal no período entre 1981-85. Em 1988, na galeria Thomas Cohn (RJ), realizou sua primeira exposição individual. A utilização de azulejaria em seus trabalhos é bastante recorrente e a produção de suas imagens evocam o período colonial brasileiro, assim como aspectos da sociedade brasileira conteporânea. Suas obras também se valem da pintura e do relevo, que permitem vislumbrar outros aspectos como, por exemplo a profundidade, ou até mesmo a carne humana. Trouxe à público suas obras em bienais e exposições em museus como o Tate Modern, Guggenhenheim e Fondation Cartier, sendo crescente sua importância no cenário mundial.
Na obra Calecanto Provoca Maremoto, que foi a que mais me impressionou na visita ao Inhotim, Varejão utiliza a idéia recorrente da azulejaria associada à pintura barroca, partindo de elementos como o rococó e os anjos presentes em nossas igrejas daquele período. A presença de elementos históricos remetem-nos a outras épocas ao mesmo tempo que possui forte apelo arquitetônico.
Quanto à obra exposta no primeiro andar do prédio provoca perplexidade e admiração ao reunir um impactante conjunto de montes de carne em um espaço inusitado, qual seja, o interior de duas paredes azulejadas.
No trabalho O Voyeur, não exposta no museu do Inhotim, a artista nos provoca a sensação de profundidade também se valendo de azulejos, num jogo interessante de cores em vários tons de verde.
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