sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

A intervenção no Lagear

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Conforme vem sendo acontecendo todo final de semestre com as turmas do primeiro período de arquitetura da UFMG, coube-nos o trabalho de intervenção em nossa escola, desta vez no Laboratório Gráfico para Experimentação Arquitetônica - LAGEARNas primeiras visitas feitas a esse laboratório, verificamos diversas demandas que, ou foram percebidas pelos alunos, ou encaminhadas até nós pelos usuários desse espaço. Além de ser visível a necessidade de melhor disposição dos móveis, computadores e objetos de uso diário, alguns locais precisavam receber outra destinação ou orientação a fim de serem melhor aproveitados, tais como o banheiro, a sala de café e as próprias salas do LAGEAR.

Assim, a turma foi dividida em grupos a fim de cada um focar em um determinado espaço e em determinadas demandas, cabendo ao grupo do qual participei a intervenção da "sala número 3" ou do que passou a ser chamado espaço de leitura.

Possuindo uma área considerável, esse local vinha sendo utilizado para trabalho nos computadores dos estagiários do laboratório e para experimentações, assim como para comportar computadores desativados ou abrigar um pequeno acervo de livros de arquitetura que, apesar de conter exemplares raros, não recebia a devida atenção.

Durante o desenvolvimento das propostas e da idéia a ser implementada, o processo inicial foi a utilização do Scketch up para a discussão das demandas e das possíveis soluções. Para nós era urgente a melhor acomodação dos livros, uma localização mais eficaz e a sua melhor exposição a fim de ganhar o espaço que lhe era devido. Outra preocupação foi com a exposição das revistas que, da maneira como estavam dispostas, não proporcionavam o interesse nos freqüentadores do local. As janelas também necessitavam de uma intervenção, no quesito privacidade, pois era possível avistar o interior da sala pelo passeio em frente à escola.

Muitas foram as dificuldades experimentadas, mas, depois de diversas idas ao Centro, reuniões em grupo e uma grande quantidade de horas na Escola de Arquitetura, fazendo experimentações e furos nas paredes, pintando estantes, pendurando cabos, fazendo mais compras, rediscutindo propostas, pendurando mais fios, carregando e rearranjando livros, cortando tecidos, pregando na parede, catalogando livros, conversando com os funcionários da escola (estes foram essenciais ao êxito do nosso trabalho!), instalando led e fios e desenvolvendo um sistema para a localização dos livros nas estantes o trabalho foi concluído!

A fim de garantir uma melhor acomodação dos livros, obtivemos mais estantes dentro do próprio laboratório e junto à biblioteca, tornando mais convidativa a consulta ao acervo e passando aquelas a ocupar toda uma parede. A escolha de pintá-las de branco foi decorrente da intenção de destacar as obras a serem lá armazenadas. O grupo também desenvolveu com o auxílio dos professores um sistema que permitia aos usuários localizar os livros pelo título. Para tanto, foi feito um cadastro de todos os títulos previamente existentes, feita a sua organização e instalado uns sistema de fios e leds nas estantes, sistema esse que passou a estar conectado a um arduíno e a um computador. Por meio deste arranjo tornou-se possível digitar no computador o título da obra a ser buscada e, como conseqüência, acender o led mais próximo ao livro. Um importante aspecto é a possibilidade de incluir novos títulos e a conseqüente virtualidade do sistema.

Existiam no local numerosas revistas empilhadas que assim dispostas não favoreciam a consulta ou o interesse pelas mesmas. A fim de reverter tal situação, propomos a sua disposição em cabos a serem suspensos em uma das paredes do ambiente. Além de proporcionar uma melhor visualização, essa nova disposição passou a convidar o freqüentador a folhear uma revista, uma vez que elas passaram a ter as respectivas capas expostas. Outro aspecto foi a criação de uma textura na parede com a simples colocação das revistas, compondo o ambiente.
Optamos, ainda, por colocar no local um pufe de tamanho considerável, deixando clara a intenção de fazer daquele espaço uma área para leitura ou consulta despreocupada a algum artigo de revista.
Quanto aos livros que mais se destacavam, seja pela sua natureza de livro de mesa, tamanho expressivo das imagens, ou mesmo pelo seu peso, escolhemos expô-los de forma destacada, espaçando-os pela sala.
Também a fim de garantir a virtualidade e preocupados com a solução da demanda por privacidade naquela sala, instalamos um sistema de roldanas e cabos presos a um tecido branco. Por meio dele, tornou-se possível regular a altura de do pano, criando um “teto regulável” que permite melhor adequação à situação momentânea, no que tange à iluminação, circulação de ar e à privacidade, uma vez que o tecido pode ser rebaixado à altura das janelas.
No tocante aos computadores, optamos por centralizá-los na sala, permitindo aos que trabalham no local fácil acesso e a possibilidade de fazer daquela área um espaço para discussão de idéias.
Acomodamos ainda junto aos computadores uma mesa já existente No local que servirá de suporte para leitura ou outra atividade de suporte aos trabalhos desenvolvidos no LAGEAR.
Concluímos que o trabalho foi de extrema valia para os futuros trabalhos a serem desenvolvidos na escola e inclusive na vida profissional. A discussão dos trabalhos em grupo foi de extrema importância para desenvolvimento da capacidade de criação e de negociação das idéias a serem executadas.
Por termos optado pela busca da virtualidade, torcemos para que muito do que foi proposto e implantado continue a ser utilizado no local!

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Meu Tio (Mon Oncle) de Jacques Tati


O filme francês da década de 50 retrata de uma forma um tanto exarcebada e bem humorada uma nova realidade do pós-guerra. As residências passam a estar equipadas com equipamentos de última geração que praticamente mecanizam o homem e as relações sociais. Os objetos passam a atrair o centro da atenção da família principal abordada na obra, passando uma idéia de vazio e superficialidade.

Paralelamente a situação citada, a realidade vivida pelo protagonista é tida como um contraste, na qual, apesar da desordem ou quase mesmo do caos, as pessoas são mais felizes e mais vibrantes.

Outros aspectos também permeiam a trama como a desidiosidade dos empregados de uma fábrica que trabalham somente quando o patrão está por perto ou a fonte de água, motivo de orgulho de uma das personagens, que é desligada quando a visita não é, na sua opinião, de grande importância.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Sobre a representação do objeto interativo no Sketch up


A representação do objeto interativo com circuitos elétricos no Sketch up pretendeu apresentar os diferentes componentes do objeto e uma breve explicação da sua configuração e funcionamento.
Por meio da criação de diversas cenas, foi possível criar uma seqüência em que o conteúdo é explicado passo a passo. Utilizei-me, ainda, de fotos para ilustrar o objeto em sua montagem e em uso.

Objeto interativo e circuitos elétricos


Diversos elementos podem caracterizar uma obra como interativa. De suma importância é maneira como um objeto convida o até então expectador a experimentar determinadas sensações e a influir em sua configuração ou arranjo, transformando-o em participante. Passa-se assim a predominar uma relação mais próxima ou intimista entre ambos.
Essa atração exercida pelo objeto se origina de um estímulo de um ou mais dos sentidos, devendo continuar durante a experiência interativa.
Dessa maneira, a interatividade deve apoiar-se em atrativos sensoriais, valendo-se para tanto de qualquer dos cinco sentidos: visão, audição, tato, olfato e paladar.
No objeto criado com circuitos elétricos, busquei estimular diferentes sentidos, com a finalidade de ilustrar o convite que é feito pelo item interativo.
Na elaboração do objeto, utilizei-me de uma caixa de vidro preenchida com um material gelatinoso, por onde o indivíduo movimenta imãs para ativar circuitos elétricos, de forma a acender luzes ou acionar um dispositivo de som.
Através do tato, da audição, da visão e até do olfato, busquei criar uma relação entre o observador e o objeto e ao mesmo tempo uma forma de sinestesia.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Comentário sobre as obras de Adriana Varejão no Museu do Inhotim


Na visita ao Inhotim no dia 25 de setembro pude conferir as obras de Adriana Varejão naquele local. Instaladas em uma bela construção, os trabalhos de Varejão demonstram revelar-se ora impactantes, como no muro recheado de carne, ora suaves como nas pinturas nos azulejos com motivos inspirados no barroco.

Nascida no Rio de Janeiro em 1964, a artista freqüentou cursos livres na Escola de Artes Visuais do Parque Lage - EAV/Parque Lage, em sua cidade natal no período entre 1981-85. Em 1988, na galeria Thomas Cohn (RJ), realizou sua primeira exposição individual. A utilização de azulejaria em seus trabalhos é bastante recorrente e a produção de suas imagens evocam o período colonial brasileiro, assim como aspectos da sociedade brasileira conteporânea. Suas obras também se valem da pintura e do relevo, que permitem vislumbrar outros aspectos como, por exemplo a profundidade, ou até mesmo a carne humana. Trouxe à público suas obras em bienais e exposições em museus como o Tate Modern, Guggenhenheim e Fondation Cartier, sendo crescente sua importância no cenário mundial.

Na obra Calecanto Provoca Maremoto, que foi a que mais me impressionou na visita ao Inhotim, Varejão utiliza a idéia recorrente da azulejaria associada à pintura barroca, partindo de elementos como o rococó e os anjos presentes em nossas igrejas daquele período. A presença de elementos históricos remetem-nos a outras épocas ao mesmo tempo que possui forte apelo arquitetônico.

Quanto à obra exposta no primeiro andar do prédio provoca perplexidade e admiração ao reunir um impactante conjunto de montes de carne em um espaço inusitado, qual seja, o interior de duas paredes azulejadas.
No trabalho O Voyeur, não exposta no museu do Inhotim, a artista nos provoca a sensação de profundidade também se valendo de azulejos, num jogo interessante de cores em vários tons de verde.

Objeto do Sketch up


Na criação do objeto virtual no Sketch up, inspirei-me na visita ao museu Oi Futuro e na interatividade de seus espaços e objetos.

Inclusive a forma como o local criado se apresenta baseou-se em um espaço existente do museu. A maneira como o corredor central dá acesso a diferentes visões e experiências foi o aspecto que mais me chamou a atenção.

Assim, o próprio espaço proporciona escolhas ao indivíduo no momento da decisão de qual conteúdo a ser experimentado.

Dessa maneira, no espaço/objeto, pode-se caminhar pelo local e experimentar formas, dimensões e sensações distintas.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Visita ao Museu Oi Futuro



Logo na entrada do espaço Oi Futuro, foi possível perceber uma variedade imensa da aplicação do conceito de interatividade. A disposição dos objetos e do conteúdo audiovisual embora agrupados de forma coerente, permitem ao visitante uma liberdade relativamente ampla na escolha do que deseja ouvir.
Distribuído logo na chegada, o aparelhor que se constitui de um fone conectado a uma espécie de controle remoto foi o que mais me chamou a atenção. Percebi que, ao se permitir que o visitante escolha o seu próprio caminho e escolha o material multimídia que deseja escutar, desenvolve-se um maior interesse por parte daquele diante do conteúdo disponível no museu.
Muito interessante foi o acabamento dado à "sala dos profetas", principalmente à área de projeção, na qual se tem uma sençação quase real de uma face tridimensional estar se comunicando com o público.
A limitação do museu observada refere-se a impossibilidade de muitas pessoas poderem ouvir as mesmas multimídias simultaneamente ou de participarem da mesma atividades. Entendo também terem sido os conteúdos um tanto quanto superficiais.
Ressalto, no entanto que, aliado à interatividade observada no museu, a transmissão de conhecimento e o despertar de interesse por parte dos mais novos torna-se mais poderoso e mais cativante.

Novo Panorama da Casa do Baile



Na criação do novo panorama da Casa do Baile busquei abordar um novo aspecto da percepção do espaço da construção, aproximando dos efeitos passíveis de serem obtidos através da mudança do ângulo convencional na captura das imagens e da leitura feita pelo programa Stitcher na própria montagem das imagens. Assim, formaram-se os fantasmas na imagem, o que, explorado ao máximo leva o observador a perceber um movimento diferente no panorama e nos elementos que o constituem, algo como se os seus componentes saltassem da imagem capturada "plana".
Acrescente-se ainda que a forma como abordada a sobreposição de camadas opacas nas extremidades do panorama durante a sua edição, ressalta a abertura central e o espelho d'água central, justamente o que foi buscado no momento da elaboração do trabalho.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Apresentação do objeto interativo

A elaboração de um objeto interativo, baseado nos assuntos tratados no livro Lições de Arquitetura, de Herman Hertzberger, era o tema do trabalho a ser apresentado no dia 15 de setembro de 2009.

A proposta do trabalho que desenvolvi foi explorar a interatividade através da participação de terceiros na configuração final do objeto construído. Baseei-me, para tanto, em uma forma cúbica que, mediante a sua divisão por meio de duas secções horizontais, permitia a obtenção de três partes separadas idênticas de um cubo. Posteriormente, somei a este objeto outros elementos de diferentes escalas, possibilitando uma maior variação de combinações. Dessa forma, permite-se ao observador dispor os diferentes componentes do todo da melhor forma que lhe aprouver.

Nesse sentido, busquei remeter a experiência narrada no livro de Hertzberger, na qual, cada indivíduo, ao participar da elaboração e conformação do espaço, ou dos objetos nele constantes, familiariza-se com o ambiente e passa contribuir para a sua manutenção. De certa forma o indivíduo passa de "usuário a morador".

Ainda na criação do objeto percebi as múltiplas formas de combinação, o que me levou a conceber diferentes possibilidades na configuração final.

Em relação ao acabamento dado ao objeto, busquei abarcar a relação entre o público e o privado. Apesar de cada cor possui o seu espaço específico, existe ao mesmo tempo uma sobreposição entre elas, o que se revelou mais interessante. No tocante às formas imprimidas em sua superfície, busquei frisar a fluidez e a integração. Ressalto assim o ideal de integração entre o conceito público e o privado e o intercâmbio entre os seus pontos particulares.

domingo, 13 de setembro de 2009

Comentário sobre os panoramas dos integrantes do grupo

Analisando o panorama criado pelo João Paulo, postado no endereço http://joaumarq.blogspot.com/, percebi que o colega captou a Casa do Baile por um ângulo diferenciado, ao mesmo tempo que reuniu em uma mesma imagem os espaços internos e externos, numa abordagem bastante criativa. O destaque dado ao piso foi reforçado pela sobreposição dos azulejos que nos remete aos azulejo do exterior. Na minha percepção, ao ressaltar o piso, conseguiu-se destacar também a construção da Casa do Baile.
Quanto ao panorama criado por Maurity, postado no endereço http://maurityarq.blogspot.com/, considero mais importante o tratamento dado à imagem, que nos dá uma idéia de envelhecimento, ponto que foi o tema central do trabalho do colega. Entendo ter sido criativa a idéia de associar a visita dos alunos às imagens que nos transportam ao ambiente de sala de aula. Avalio, no entanto, ser possível alcançar-se um melhor encaixe das imagens no panorama principal.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Um olhar sobre a Casa do Baile


No dia 28 de agosto de 2009, nós, alunos da Escola de Arquitetura da UFMG, realizamos uma visita à região da Pampulha.
Durante a atividade, diversos foram os aspectos que nos impressionaram. Algumas impressões falam por si só e nos saltaram aos olhos, como a beleza do entorno da lagoa, a nostalgia dos tempos áureos daquela construção, os jardins de Burle Marx, ou as curvas de Niemeyer. Outros pontos e reflexões nos foram trazidos por nosso professor, tais como a estrutura revolucionária do teto e a forma como a estrutura parece flutuar sobre a lagoa.
Na realização do trabalho sobre o qual deveríamos criar um panorama pessoal daquele local, pude observar uma diversidade de olhares, cada qual dando maior enfoque, na imagem a ser criada, ao “canto” que exerceu maior cativação.
Na montagem do panorama, o que se revelou mais marcante foi a maneira como o arquiteto aproveitou ao máximo a paisagem vibrante da lagoa, acompanhando a margem do espelho d’água, e revelando entre cada par de colunas um olhar diferente sobre a Pampulha.
A forma como os pilares sustentam a estrutura superior, permitindo uma amplitude horizontal fantástica, é um dos pontos que mais me marcaram. Ao mesmo tempo, a própria Casa do Baile se presta a tornar-se uma moldura impressionante da beleza da lagoa, da natureza e do céu, permitindo vislumbrar-se dali mesmo outras paisagens, como as montanhas sinuosas de minas ou aos azulejos de Portinari.
Assim, aliadas às curvas do arquiteto vanguardista, cada conjunto constituído por um par de colunas, pelo teto e pelos azulejos convidaram-me a visualizar um diferente panorama, num caminhar de certa forma interativo, ajudando a explicar por que muitas de suas propostas continuam atuais no Brasil e no mundo.